domingo, 24 de maio de 2015

ENCÍCLICA «DEUS É AMOR» - O Papa Bento XVI -

O Papa Bento XVI [NatGeo]

BENTO XVI

APRESENTAÇÃO DA ENCÍCLICA «DEUS É AMOR»

Assinada no dia de Natal de 2005, a primeira Encíclica do Papa Bento XVI, «Deus caritas est», foi por fim publicada em 25 de Janeiro passado, festa da Conversão de S. Paulo.

Dois dias antes, no Encontro promovido pelo Conselho Pontifício «Cor unum», o Santo Padre apresentara e explicara a finalidade da sua Encíclica. Oferecemos a parte substancial do seu discurso.

A palavra «amor» está hoje tão desgastada, consumida e abusada que quase se teme deixá-la aflorar aos próprios lábios. Contudo, é uma palavra primordial, expressão da realidade primordial; nós não podemos simplesmente abandoná-la, mas devemos retomá-la, purificá-la e reconduzi-la ao seu esplendor originário, para que possa iluminar a nossa vida e guiá-la para a recta via. Foi esta consciência que me levou a escolher o amor como tema da minha primeira Encíclica. Desejava tentar dizer ao nosso tempo e à nossa existência algo do que Dante na sua visão recapitulou de modo audacioso. Ele narra uma «vista» que «se afirmava» enquanto ele olhava e o mudava interiormente (cf. Par., XXXIII, vv. 112-114). 

Trata-se precisamente disto: que a fé se torne uma visão-compreensão que nos transforma. Era meu desejo ressaltar a centralidade da fé em Deus – naquele Deus que assumiu um rosto humano e um coração humano. A fé não é uma teoria que se pode fazer própria ou também pôr de lado. É uma coisa muito concreta: é o critério que decide o nosso estilo de vida. Numa época na qual a hostilidade e a avidez se tornaram superpotências, uma época na qual assistimos ao abuso da religião até à apoteose do ódio, a racionalidade neutra por si não é capaz de nos proteger. Precisamos do Deus vivo, que nos amou até à morte.

Assim, nesta Encíclica, os temas «Deus», «Cristo» e «Amor» estão unidos como guia central da fé cristã. Desejava mostrar a humanidade da fé, da qual faz parte o eros – o «sim» do homem à sua corporeidade criada por Deus, um «sim» que no matrimônio indissolúvel entre homem e mulher encontra a sua forma radicada na criação. E ali acontece também que o eros se transforma em ágape – que o amor pelo outro já não se procura a si mesmo, mas se torna preocupação pelo outro, disposição para o sacrifício por ele e também abertura ao dom de uma nova vida humana. 

O ágape cristão, o amor pelo próximo no seguimento de Cristo não é algo alheio, colocado ao lado ou até contra o eros; pelo contrário, no sacrifício que Cristo fez de si pelo homem, encontrou uma nova dimensão que, na história da dedicação caritativa dos

Uma primeira leitura da Encíclica poderia talvez suscitar a impressão de que ela se divide em duas partes entre si pouco ligadas: uma primeira parte teórica, que fala da essência do amor, e uma segunda que trata a caridade eclesial, das organizações caritativas. Contudo, a mim interessava-me precisamente a unidade dos dois temas que, somente se forem vistos como uma única coisa, serão bem compreendidos.

Primeiro, era preciso tratar da essência do amor como se apresenta a nós na luz do testemunho bíblico. Partindo da imagem cristã de Deus, era necessário mostrar como o homem é criado para amar e como este amor, que inicialmente aparece sobretudo como eros entre homem e mulher, deve depois transformar-se interiormente em ágape, em dom de si ao outro – e isto precisamente para responder à verdadeira natureza do eros. Nesta base, devia-se depois esclarecer que a essência do amor de Deus e do próximo descrito na Bíblia é o centro da existência cristã, é o fruto da fé.

A seguir, porém, numa segunda parte, era necessário ressaltar que o ato totalmente pessoal d ágape nunca pode permanecer uma coisa somente individual, mas pelo contrário deve tornar-se também um ato essencial da Igreja como comunidade: isto é, tem também necessidade da forma institucional que se expressa no agir comunitário da Igreja. 

A organização eclesial da caridade não é uma forma de assistência social que se acrescenta por acaso à realidade da Igreja, uma iniciativa que se poderia deixar também para outros. Pelo contrário, ela faz parte da natureza da Igreja. Como ao Logos divino corresponde o anúncio humano, a palavra da fé, assim ao Ágape, que é Deus, deve corresponder o ágape da Igreja, a sua atividade caritativa. Esta atividade, além do primeiro significado muito concreto de ajudar o próximo, possui essencialmente também o de comunicar aos outros o amor de Deus, que nós próprios recebemos. Ela deve tornar visível de alguma forma o Deus vivo.

Deus e Cristo na organização caritativa não devem ser palavras alheias; na realidade elas indicam a fonte originária da caridade eclesial. A força da Caritas depende da força da fé de todos os membros e colaboradores.

O espetáculo do homem que sofre toca o nosso coração. Mas o compromisso caritativo tem um sentido que vai muito além da simples filantropia. É o próprio Deus que nos impele no íntimo a aliviar a miséria. Assim, em última análise, é Ele mesmo que nós levamos ao mundo que sofre. Quanto mais consciente e claramente o levamos como dom, tanto mais eficazmente o nosso amor mudará o mundo e despertará a esperança –uma esperança que vai além da morte e só assim é verdadeira esperança para o homem.


«O amor de Deus 
por nós é questão fundamental para a vida
 e coloca questões decisivas sobre quem é Deus e quem somos nós. 
A tal propósito, o primeiro obstáculo que encontramos é um problema de linguagem. O termo « amor » tornou-se hoje uma das palavras mais usadas e mesmo abusadas, à qual associamos significados completamente diferentes. (…).

Em primeiro lugar, recordemos o vasto campo semântico da palavra « amor »: fala-se de amor da pátria, amor à profissão, amor entre amigos, amor ao trabalho, amor entre pais e filhos, entre irmãos e familiares, amor ao próximo e amor a Deus. 

Em toda esta gama de significados, porém, o amor entre o homem e a mulher, no qual concorrem indivisivelmente corpo e alma e se abre ao ser humano uma promessa de felicidade que parece irresistível, sobressai como arquétipo de amor por excelência, de tal modo que, comparados com ele, à primeira vista todos os demais tipos de amor se ofuscam. 

Surge então a questão: todas estas formas de amor no fim de contas unificam-se sendo o amor, apesar de toda a diversidade das suas manifestações, em última instância um só, ou, ao contrário, utilizamos uma mesma palavra para indicar realidades totalmente diferentes?»

«Ao amor entre homem e mulher, que não nasce da inteligência e da vontade mas de certa forma impõe-se ao ser humano, a Grécia antiga deu o nome de eros. Diga-se desde já que o Antigo Testamento grego usa só duas vezes a palavra eros, enquanto o Novo Testamento nunca a usa: das três palavras gregas relacionadas com o amor — erosphilia (amor de amizade) e agape — os escritos neo-testamentários privilegiam a última, que, na linguagem grega, era quase posta de lado. 

Quanto ao amor de amizade (philia), este é retomado com um significado mais profundo no Evangelho de João para exprimir a relação entre Jesus e os seus discípulos. A marginalização da palavra eros, juntamente com a nova visão do amor que se exprime através da palavra agape, denota sem dúvida, na novidade do cristianismo, algo de essencial e próprio relativamente à compreensão do amor. Na crítica ao cristianismo que se foi desenvolvendo com radicalismo crescente a partir do iluminismo, esta novidade foi avaliada de forma absolutamente negativa. 

Segundo Friedrich Nietzsche, o cristianismo teria dado veneno a beber ao eros, que, embora não tivesse morrido, daí teria recebido o impulso para degenerar em vício. Este filósofo alemão exprimia assim uma sensação muito generalizada: com os seus mandamentos e proibições, a Igreja não nos torna porventura amarga a coisa mais bela da vida?

 Porventura não assinala ela proibições precisamente onde a alegria, preparada para nós pelo Criador, nos oferece uma felicidade que nos faz pressentir algo do Divino?»





Papa Bento XVI - Esboço





 28 pensamentos de Papa Bento XVI

"...A Igreja precisa se opor às 'marés' de modismos e das últimas novidades...".
Papa Bento XVI

"...A Igreja precisa se opor às 'marés' de...
A Verdade nao é determinada por maioria de votos."
Papa Bento XVI

"A Verdade não é determinada por maioria de votos.
Amor e verdade são fontes de vida, são a vida. E uma vida sem amor não é vida."
Papa Bento XVI

"Amor e verdade são fontes de vida, são a vida. E...
A transformação da humanidade está na frágil, branca Hóstia Consagrada, Sacramento da presença de Jesus no mundo".
Papa Bento XVI

"A transformação da humanidade está na frágil, branca Hóstia Consagrada, Sacramento da presença de Jesus no mundo".
Papa Bento XVI

"Quando os convido a ser santos, peço que não se conformem em ser de segunda linha, mas que aspirem a um “horizonte maior. Não se conformem em ser medíocres.
Papa Bento XVI

"O que Deus deseja mais de cada um de vós é que sejam santos. Ele os ama muito mais do que jamais poderiam imaginar e quer o melhor para vocês. E, sem dúvida, o melhor para vocês é que cresçam em santidade."
Papa Bento XVI

"Quem deixa entrar Cristo na sua vida não perde nada, nada, absolutamente nada do que faz a vida livre, bela e grande."
Papa Bento XVI

"A Igreja necessita de santos. Todos estamos chamados à santidade, e só os santos podem renovar a humanidade"
Papa Bento XVI

"O encontro com Jesus Cristo vos permitirá apreciar interiormente a alegria da sua presença viva e vivificante, para testemunhá-la depois no vosso ambiente".
(Referindo - se à Jornada Mundial da Juventude - Madri 2011)
Papa Bento XVI

"Para além das vocações de consagração especial, está a vocação própria de todo o batizado: também é esta uma vocação que aponta para um ‘alto grau’ da vida cristã ordinária, expressa na santidade. Quando encontramos Jesus e acolhemos o seu Evangelho, a vida muda e somos impelidos a comunicar aos outros a experiência própria ."
(Referindo - se à Jornada Mundial da Juventude - Madri 2011)
Papa Bento XVI

"São tantos os nossos companheiros que ainda não conhecem o amor de Deus, ou procuram encher o coração com sucedâneos insignificantes. Portanto, é urgente ser testemunhos do amor que se contempla em Cristo"
(Referindo-se à Jornada Mundial da Juventude - Madri 2011)
Papa Bento XVI

"Queridos jovens, a Igreja necessita autênticos testemunhos para a nova evangelização: homens e mulheres cuja vida tenha sido transformada pelo encontro com Jesus; homens e mulheres capazes de comunicar esta experiência aos outros."
(Referindo-se à Jornada Mundial da Juventude - Madri 2011
Papa Bento XVI

"Não vos deixeis dissuadir de participar na Eucaristia dominical e ajudai também os outros a descobri-la. Certamente, para que dela emane a alegria que necessitamos, devemos aprender a compreendê-la cada vez mais profundamente, devemos aprender a amá-la.
-  Comprometamo-nos com isso, vale a pena"
Papa Bento XVI

"Descubramos a íntima riqueza da liturgia da Igreja e a sua verdadeira grandeza: não somos os que fazemos uma festa para nós, mas, pelo contrário, é o próprio Deus vivo que prepara uma festa para nós
Papa Bento XVI

"O amor à Eucaristia redescobrireis também o sacramento da Reconciliação, no qual a bondade misericordiosa de Deus permite sempre que a nossa vida comece novamente
Papa Bento XVI

"Quem descobriu Cristo deve levar os outros para ele. Uma grande alegria não se pode guardar para si mesmo. É necessário transmiti-la"
Papa Bento XVI

"Em numerosas partes do mundo existe hoje um estranho esquecimento de Deus. Parece que tudo anda igualmente sem ele. Mas ao mesmo tempo existe também um sentimento de frustração, de insatisfação de tudo e de todos. Dá vontade de exclamar: Não é possível que a vida seja assim! 
Verdadeiramente não"
Papa Bento XVI

"Ajudai os homens a descobrir a verdadeira estrela que nos indica o caminho: Jesus Cristo"
Papa Bento XVI

"Tratemos, nós mesmos, de conhecê-lo cada vez melhor para poder conduzir também os outros, de modo convincente, a ele. Por isso é tão importante o amor à Sagrada Escritura e, em consequência, conhecer a fé da Igreja que nos mostra o sentido da Escritura
Papa Bento XVI

"Se pensarmos e vivermos inseridos na comunhão com Cristo, os nossos olhos se abrem. Não nos conformaremos mais em viver preocupados somente conosco mesmo, mas veremos como e onde somos necessários"
Papa Bento XVI

"Vivendo e atuando assim dar-nos-emos conta rapidamente que é muito mais belo ser úteis e estar à disposição dos outros do que preocupar-nos somente com as comodidades que nos são oferecidas"
Papa Bento XVI

 " Demonstrai-o aos homens, demonstrai-o ao mundo, que espera exatamente este testemunho dos discípulos de Jesus Cristo. Um mundo que, sobretudo mediante o vosso amor, poderá descobrir a estrela que seguimos como crentes"
Papa Bento XVI

O segredo para ter um ‘coração que entenda’ é edificar um coração capaz de escutar. Isto é possível meditando sem cessar a palavra de Deus e permanecendo enraizados nela, mediante o esforço de conhecê-la sempre melhor"
Papa Bento XVI

Queridos jovens, exorto-vos a adquirir intimidade com a Bíblia, a tê-la à mão, para que seja para vós como uma bússola que indica o caminho a seguir. Lendo-a, aprendereis a conhecer Cristo"
                Papa Bento XVI

 "Nunca devemos esquecer - como sacerdotes - que a única subida                       legítima rumo ao ministério do pastor não é aquela do sucesso, mas a                    da Cruz.
                         Papa Bento XVI

 " Mundo necessita do testemunho da vossa fé."
                    Papa Bento XVI

" O Mundo necessita do testemunho da vossa fé.

"Agir e sofrer, é um lugar de aprendizagem da esperança!"
                 Papa Bento XVI

  "Agir e sofrer, é um lugar de aprendizagem da esperança!"
            Papa Bento XVI

"A fé em Jesus significa segui-lo todos os dias, nas ações simples que                   compõem o nosso dia."
                           Papa Bento XVI




Fontes:
BlackTDCMessiah
http://www.cliturgica.org/portal/artigo.php?id=357
Publicado em 28 de fev de 2013-Licença padrão do YouTube

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Cosmos - As Margens do Oceano Cósmico - Episódio 1 - Completo - (Dublado...


Episódio 1 -
 Os Limites do Oceano Cósmico 
- O 1° capítulo da série Cosmos.

Aldebarã - Estrela Alfa de Touro

Partindo dos limites do grande oceano espacial, Carl Sagan embarca numa imensa viagem cósmica que começa a 8 bilhões de anos-luz da Terra. A bordo da nave espacial da sua imaginação, ele transporta-nos às maravilhas do Cosmos: quasares, galáxias em espiral, nebulosas, supernovas e pulsares. 

Deslizamos então para lá de Plutão, dos anéis de Urano, do majestoso sistema de saturno, e da luminosidade do lado noturno de Júpiter. Penetrando nas nuvens da Terra, encontramo-nos no Egito, onde Eratóstenes pela primeira vez mediu a Terra. O Dr. Sagan mostra-nos como isso foi feito.


A Biblioteca de Alexandria, berço da aprendizagem da Antiguidade, ressuscita em toda a sua glória - para ilustrar a fragilidade do conhecimento. É então que, para nos fazer compreender a enormidade do tempo que passou desde o Big bang até hoje, Sagan nos apresenta o "Calendário Cósmico".


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