Aula de 11/03/1992
– A superfície infinita: Estoicos e Bergson
A superfície infinita: Parte 1 |
A superfície infinita: Parte 2 |
A superfície infinita: Parte 3 |
A superfície infinita: Parte 4 |
“A filosofia estoica está atrelada à doutrina do Eterno Retorno.
A
doutrina do Eterno Retorno é o fundamento da filosofia estoica.
E se essa doutrina, como expliquei pra vocês, não necessita de nenhum princípio transcendente, de nenhuma mitologia – ela dá a eternidade ao mais vil dos elementos (um excremento ganha a eternidade!) -, então a vida humana ganha a eternidade sem a necessidade de transcendência. Esta é talvez a eternidade mais bela que possa existir!
Pois é evidente que a eternidade que queremos é a eternidade que repete aquilo que nós somos. Ser eternos mas diferentes do que somos, não nos interessa. E a eternidade religiosa dirá que, na eternidade, nós seremos diferentes; porque o corpo desaparecerá, seremos só alma, seremos ungidos. Os estoicos dizem: não!
A eternidade é a eternidade da sua intimidade.
Ou seja, eu nunca perderei a infância na minha eternidade. Nem os gestos mais simplórios que fiz ficarão perdidos. Assim, para eles, a constituição desta doutrina do Eterno Retorno gera uma ética; uma ética, inclusive, de altíssimo nível, pois o que se repete pela eternidade é tudo aquilo que você é. Vamos chamar esta doutrina do Eterno Retorno de lei da natureza, campo de possibilidades, onde a repetição é absoluta…”
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“A tese de Bergson é de que o cérebro
é uma imagem no seio de um
universo de imagens.
Nós temos uma impressão tola, diz ele, de que o
cérebro tem a capacidade de reter imagens dentro dele. Pensamos assim
que o cérebro é mais potente do que o sistema de imagens, quando na
verdade ele é apenas um ponto imagístico – sem a menor importância – ali
dentro. Mas o cérebro está incluído no sistema de imagens e movimento. O
cérebro, então, é matéria. Está ali, no mundo!”Um comentário para “Aula de 11/03/1992
– A superfície infinita: Estoicos e Bergson”
Obrigado pelo vosso trabalho em recuperar a memória de Claudio Ulpiano…uma inspiração! De facto, tudo o que demora a aparecer, demora a desaparecer…demorei a encontrar o legado de Ulpiano e agora que ele habita em mim, não mais irá desaparecer.
Fonte: