quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

O VIRTUAL OU A SUPERFÍCIE PARADOXAL METAFÍSICA - Claudio Ulpiano


Aula de 11/02/1992

 – O virtual ou a superfície paradoxal metafísica


A superfície metafísica e os corpos: Parte 1
A superfície metafísica e os corpos: Parte 2
A superfície metafísica e os corpos: Parte 3


Para vocês, nossos votos de Boas Festas! 
 (Clique em Leia Mais para ouvir a aula)
a página de
 
Filósofo Claudio Ulpiano
Na aula a seguir – O virtual ou a superfície paradoxal metafísica – Claudio nos dá um belo exemplo de que, para ele, filosofia e vida são indiscerníveis. Para explicar o subsistente, ele chega ao PAPAI NOEL:  ”Os objetos são aquilo que pertencem ao real. A teoria dos objetos, inicialmente, no Meinong, é uma ciência do real. Quando ele faz uma teoria dos objetos, está fazendo uma teoria do real, uma teoria daquilo que existe. Ao fazer esta ciência, ele verifica que existe alguma coisa  que aparece para o pensamento, mas não está dentro da teoria do real. Logo, esta coisa não é inexistente. Meinong acrescenta então aos objetos a noção de “Objectif”.

O “Objectif” é exatamente o subsistente. É aquilo que pode ser pensado, mas não tem existência. O subsistente não existe, só tem sentido. Eu já dei um exemplo de subsistente numa outra aula  - é o Papai Noel. 

 A criança não é imbecil. 
A criança não lida com o Papai Noel como existente,
 mas sim como subsistente”.
Esta aula foi gravada em três partes. Quando vocês a ouvirem, perceberão que na passagem da segunda para a terceira parte, um trecho está faltando. Claudio já começa a terceira parte da gravação usando a fonologia como exemplo; claramente, um segmento do que disse se perdeu.  Além disso, a gravação se interrompe antes que a aula termine. Por sorte, nas partes um e dois, a questão central da aula – as duas metades do ser, o virtual e o atual, a superfície metafísica e os corpos – já está brilhantemente exposta. A terceira parte, então, por conta dos trechos perdidos, paira incompleta, inacabada, por sobre a absoluta precisão, clareza e rigor com que o filósofo desenvolve sua fala.

Optamos, porém, por mantê-la. É certo que, mesmo incompleta, ela continua a ser esclarecedora. Nossa intenção ao mantê-la, todavia, desta vez, vai além disso. Pois esta belíssima aula incompleta revela  também uma inusitada composição: o precioso material que temos nas mãos – patrimônio de todos, patrimônio aberto, patrimônio da humanidade -, sua fragilidade material (gravações caseiras em fita cassete), e os ainda escassos recursos do Centro de Estudos Claudio Ulpiano. Que esta aula, assim, expresse a beleza, a potência e a resistência da filosofia frente ao mundo material, com sua incongruência e temporalidade.


Para vocês, nossos votos de Boas Festas! 
 (Clique em Leia Mais para ouvir a aula)


A superfície metafísica e os corpos: Parte 1
A superfície metafísica e os corpos: Parte 2
A superfície metafísica e os corpos: Parte 3


“O que importa nesse momento é que os estoicos fizeram uma coisa incrível! Eles dividiram o ser em dois planos – o plano metafísico, da superfície, e o plano dos corpos. E a partir de agora o objeto do pensamento passa a ter dois lados. Se você quiser pensar, pense os dois lados. Usando a linguagem do Bergson, se você quiser pensar, pense o lado virtual e pense o lado atual. Não se pensa mais um objeto como sendo apenas atual. Pensa-se os dois lados: o virtual e o atual (esse virtual é o que se chama estrutura, depois eu volto a esta questão).

O virtual, agora, ainda que não seja existente, é absolutamente real, e se compõe com o objeto atual. Você vai fazer ciência, pense os dois. Vai fazer arte, vai fazer filosofia, pense os dois. Todo objeto é dividido em duas partes: o virtual e o atual, a superfície metafísica e o corpo. Esta superfície metafísica é o que se chama transcendental em filosofia.

O transcendental é componente fundamental na constituição do objeto, tanto em termos de conhecimento quanto em termos reais. Neste instante, eu constituo o objeto como tendo duas partes – virtual e real – e chamo o virtual de transcendental. Este transcendental, esta parte virtual do objeto, vai se transformar, na obra de Deleuze – já era assim na obra estoica, à oposição de Husserl, de Descartes, de Kant – em genética, gênesis, transcendental genético. Esta parte virtual é a gênese dos seres. Logo, a existência dos seres implica toda esta superfície paradoxal metafísica”.


terça-feira, dezembro 24, 2013 @ 05:12 PM
postado por: Editoria
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