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filho de um imigrante judeu de origem polonesa,
nasceu em Paris no dia 18/10/1859.
A filosofia de Bergson se constrói sobre quatro noções fundamentais às noções de duração (durée), memória, impulso (élan) vital, intuição .
A maioria da sua obra foi publicada em Paris por Félix Alcan (de 1945 até os dias atuais: Presses Universitaires de France) na Bibliothèque de Philosophie Contemporaine. Sua primeira obra La Spécialité (A Especialidade) trata-se de um discurso proferido durante a entrega de prêmios do Liceu de Angers, na qualidade de professor de Filosofia, em 3 de agosto de 1882.
Após algumas publicações, em 1889, Bergson conclui sua Tese da Faculdade de Letras da Universidade de Paris, intitulada: Quid Aristóteles de Loco Senserit (O que Aristóteles entendia por topos) e, no mesmo ano, sua Tese de doutoramento, apresentada na Faculdade de Letras de Paris: Essai sur lês donnés immédiates de la concience (Ensaios sobre os Dados Imediatos da Consciência).
Um de seus mais importantes ensaios Matière et Memóire (Matéria e Memória) traduzido em português, que trata sobre a relação corpo-espírito, foi publicado em 1896 e reeditado com introdução inédita em 1910. E em português no ano de 1999, pela Martins Fontes.
Nos anos seguintes, Bergson publicou mais alguns ensaios e conferências, mas foi em 1907 que ele escreveu sua obra prima LÉvolution Créatrice (A Evolução Criadora). Após alguns anos de indicação para candidatura, finalmente em 1927 com aprovação incondicional ao trabalho deste grande filósofo francês, Bergson foi agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura, em que concorriam mais 35 candidatos.
Nesta ocasião, ele fora recomendado por inúmeros escritores de renome de seu próprio país. Entre os candidatos estavam escritores importantes como Thomas Mann, que acabava de publicar A Montanha Mágica, Máximo Gorki, Paulo Bourget e a condessa de Noailles.
No Discurso de Recepção, proferido por Hallström por ocasião da entrega do Prêmio Nobel de Literatura a Bergson em 10/11/1928, consta um breve relato do que se constituiu o pensamento de Bergson. “Aquilo que habitualmente designamos sob o nome de tempo, o tempo medido pelo movimento dum relógio ou pelas revoluções solares, é uma coisa inteiramente diversa: constitui apenas uma forma criada por e para o espírito e a ação... é, em suma, uma aplicação da forma do espaço” Para o autor, o tempo é uma realidade indissoluvelmente ligada à vida e ao sujeito. É o ‘tempo vivo’, a duração”. Na sua concepção o “futuro só nasce no momento em que é vivido” (Bergson, 1964:.21).
Nos anos que se seguiram ao Prêmio Nobel
da Literatura, Bergson ministrou inúmeras conferências e discursos entre eles L’Énergie Spirituelle ( A Energia Espiritual) – Ensaios e Conferências em 1919; Derée et Simultanéité (Duração e Simultaneidade) – A propósito da teoria de Einstein em 1922 e La Pensée et el Mouvant ( O Pensamento e o Movente) em 1933. Após a sua morte em 1941 foram publicadas alguns livros, entre eles, Obras Completas, em 1945 e Memoire et Vie (Memória e Vida), textos escolhidos por Gilles Deleuze, Paris, P.U.F. Em 1999, é traduzido para o português a obra Bergsonismo, também escrita por Deleuze, pela Editora 34.
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Frases
Sobre duração
“Porque a nossa duração não é um instante que substitui outro instante: se assim fosse jamais haveria presente, não haveria prolongamento do passado no atual, não haveria evolução, nem duração concreta. A duração é o progresso contínuo do passado que rói o futuro e que incha avançando” (Bergson, 1964: 44).
“Porque a nossa duração não é um instante que substitui outro instante: se assim fosse jamais haveria presente, não haveria prolongamento do passado no atual, não haveria evolução, nem duração concreta. A duração é o progresso contínuo do passado que rói o futuro e que incha avançando” (Bergson, 1964: 44).
“A duração real é aquela que morde as coisas e deixa e nela deixa a parca dos dentes. (...) a repetição só é possível no abstrato: o que se repete é esse ou aquele aspecto que os nossos sentidos e, sobretudo nossa inteligência desligaram da realidade, precisamente porque nossa atividade para a qual se acha voltado todo o nosso esforço da inteligência só pode mover-se entre as repetições. (...) Nós não pensamos o tempo real. Mas o vivemos, porque a vida transborda da inteligência (Bergson, 1964:78)”
Sobre a evolução
[...] o papel da vida consiste em inserir indeterminação na matéria. Indeterminadas, quer dizer, imprevisíveis, são as formas que ela cria à medida que evolui (Bergson, 1964:144)”
[...] o papel da vida consiste em inserir indeterminação na matéria. Indeterminadas, quer dizer, imprevisíveis, são as formas que ela cria à medida que evolui (Bergson, 1964:144)”
Sobre a inteligência
[...] a inteligência é, antes de mais nada, a faculdade de relacionar um ponto do espaço com outro ponto do espaço, um objeto material a outro objeto material; aplica-se a todas as coisas, mas permanecendo exterior a elas, e não distinguindo nunca, duma causa profunda, senão a sua difusão em efeitos justapostos (Bergson, 1964:186).”
[...] a inteligência é, antes de mais nada, a faculdade de relacionar um ponto do espaço com outro ponto do espaço, um objeto material a outro objeto material; aplica-se a todas as coisas, mas permanecendo exterior a elas, e não distinguindo nunca, duma causa profunda, senão a sua difusão em efeitos justapostos (Bergson, 1964:186).”
Sobre a inteligência e a intuição
[...] a inteligência e o instinto acham-se voltados em dois sentidos opostos, aquela para a matéria inerte, este para a vida.[...] a inteligência permanece o núcleo luminoso em torno do qual o instinto, mesmo alargado e depurado como intuição, constitui apenas uma vaga nebulosidade. Mas, na ausência do conhecimento propriamente dito, reservado à pura inteligência, a intuição poderá fazer-nos apreender aquilo para que os dados da inteligência são aqui insuficientes, e deixar-nos entrever o meio de os completar. (Bergson, 1964:187)”
Sobre intuição como método
“[...] a intuição forma um método, com suas três (ou cinco) regras. Trata-se de um método essencialmente problematizante (crítica de falsos problemas e invenção de verdadeiros), diferenciante (cortes e intersecções) e temporalizante (pensar em termos de duração) (Deleuze, 1999: 26)”.
“[...] a intuição forma um método, com suas três (ou cinco) regras. Trata-se de um método essencialmente problematizante (crítica de falsos problemas e invenção de verdadeiros), diferenciante (cortes e intersecções) e temporalizante (pensar em termos de duração) (Deleuze, 1999: 26)”.
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