Por
Rodrigo José de Kühl e Carvalho
Sai Baba, grande líder espiritual indiano, que já conta com milhões de seguidores em todo mundo, mercê das mensagens que prega, e que têm por fito conduzir o homem ao melhor de si mesmo, seja qual for a religião que abrace ou a verdade que siga, expõe em vários de seus discursos e ensinamentos a UNIDADE DAS RELIGIÕES e a VERDADE DE UM MESMO DEUS TRANSCENDENTE, AMOROSO E IMANENTE EM TODAS AS COISAS E CRIATURAS.
Em vários de seus discursos e ensinamentos, SAI BABA nos ensina a pensar, falar e agir corretamente, para nos achegarmos mais à nossa essência, que é divina e é paz, amor, verdade, não-violência e retidão. Isso, para Baba e todos os líderes religiosos verdadeiros, é dar valor à essência e sair do mundo da maya ou ilusão.
A maya, que significa aquilo que não (maa) existe (ya), também chamada de mundo material ou mundo da ilusão, tem, no entanto, utilidade no retorno de nossa consciência à essência.
Da mesma forma que quando estamos tristes fazer algo que nos alegre, quer seja leitura de livro alegre, ou assistir a uma comédia, as encarnações na matéria nos servem como apoio (pelas prévias escolhas das provas específicas que vimos enfrentar) para podermos retornar à essência. BERGSON, grande filósofo da chamada Escola da Vida, e prêmio Nobel de literatura de 1927, afirmou não só a impossibilidade de a inteligência, meramente conceitual, adentrar a essência das coisas, que também e, por outro lado, como o instinto naturalmente o faz.
Isso demonstra que não basta que “conceitualmente” saibamos estar vivendo na ilusão, há de mister que nos conscientizemos disso e nos esforcemos para sair desse estado (tomemos “posse” do conceito e o vivenciemos como estado natural do nosso ser). Diz ele que: “Há coisas que só a inteligência é capaz de procurar, mas que por si mesma nunca achará. E essas coisas só o instinto as acharia, mas nunca as procura.”, com demonstrar que a maya (vida instintiva na diversidade) pode ser educativa, quando atuamos com a inteligência buscando aprender a lição que esta inteligência instintiva nos dá, para podermos, depois, sublimar nossos sentimentos instintivos até o sentimento mais nobre que é o amor.
Para BERGSON “consciência” significa “memória e antecipação”, isto porque consciência seria para ele sinônimo de escolha. Para atingirmos este estado de “consciência”, segundo SAI BABA, “É necessário usarmos de nossa inteligência para vivermos no mundo sem sermos dele”.
Para BERGSON, outrossim, “A contemplação é um luxo, a ação uma necessidade.”, e, por isso, convida à ação quando diz: “Pense como um homem de ação, atue como um homem de pensamento.”
Aqui no mundo da MAYA, não podemos nos esquecer, de modo algum da necessidade que temos de agir e crescer com as experiências das provas que nos são apresentadas (boas ou más) – pois isso é o que dilata nossa “consciência” – ou que nos dá acesso a esta. SAI BABA dá o caminho certo para vivermos na maya sem nos prendermos a ela, quando afirma que “mãos que ajudam são melhores que lábios que oram”, dando indicação do que nos basta (i.e., seva, ou serviço desinteressado ao próximo) para sujeitarmos a MAYA ao nosso próprio movimento evolutivo.
Abaixo transcrevemos um pensamento de Sai Baba que diz com o tema, extraído do Site da Organização Sri Sathya Sai Baba do Brasil (www.sathyasai.org.br), onde outros podem ser encontrados e buscados, inclusive, por palavra:
“A ignorância fundamental, chamada Maya, prega muitas peças em você. Ela o faz acreditar que a corda seja uma cobra, e você foge de medo. Ela o faz imaginar que há um lago onde só existem as areias quentes do deserto, e você corre em direção a ele para saciar sua sede!
E você a chama de “mayaa”, que, em sânscrito, significa “por mim” e “para mim”; desse modo, você se identifica com ela, como se ela fosse verdadeira e benéfica. No momento em que você percebe que isso é ilusório, ela deixa de incomodá-lo.
A ilusão cria o universo e espalha diante da mente a vasta parafernália do mundo objetivo. Ela é uma dançarina, uma feiticeira que atrai a inteligência e prende os sentidos. Esta dançarina pode ser subjugada pela contemplação e pelo canto da glória de Deus.”
Om Sai Ram
Rodrigo José de Kühl e Carvalho
Fonte:
Jornal PÔR DO SOL
rodrigo@dekuhl.adv.br
http://www.magaweb.com.br/pordosol2/index.php?option=com_content&view=article&id=322:sai-baba-bergson-e-a-maya-ou-ilusao-&catid=53:edicao-13&Itemid=59
http://www.magaweb.com.br/pordosol2/index.php?option=com_content&view=article&id=322:sai-baba-bergson-e-a-maya-ou-ilusao-&catid=53:edicao-13&Itemid=59
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