Filósofo francês, Henri Bergson nasceu em Paris, a 18 de outubro de 1859 e morreu na mesma cidade a 4 de janeiro de 1941. Filho de pais judeus de origem polonesa, apesar de sua excepcional aptidão para as ciências, optou pela filosofia.
Ensinou em Angers e, depois, em Clermont, até 1888. Retornando a Paris em 1889, ensinou no Liceu Henri 4º, na École Normale Supérieure e no Collège de France.
Bergson é um marco na filosofia moderna: substituindo pela visão biológica a visão materializante da ciência e da metafísica, ele representa o fim da era cartesiana. Exprime, em nível filosófico, um novo paradigma baseado na consciência, adquirido pela cultura de seu tempo, das conexões entre a vida orgânica e a vida social e psíquica.
Chamando a sua metafísica de “positiva”,
ele dá a essa palavra um significado tão original
quanto o que atribui ao “dado imediato”.
Sua originalidade reside, fundamentalmente, no tipo de ruptura que ele introduz no racionalismo do século 17. Enquanto outros oporiam ao racionalismo a subjetividade ou a história, Bergson tem uma visão nova (que também o distancia de Hegel) da dialética e da existência.
Quatro idéias fundamentais
Bergson constrói a sua filosofia sobre quatro idéias fundamentais: a “intuição”, a “durée”, a “memória” e o “élan vital”. Para ele, a filosofia não só se distingue da ciência, como mantém com as coisas uma relação que é o oposto da relação científica. Uma é o conhecimento do absoluto, e outra, do relativo. Um absoluto não poderia ser dado senão numa intuição, ao passo que todo o resto depende da análise.
Bergson chama de “intuição” essa espécie de simpatia intelectual pela qual nos transportamos ao interior de um objeto para coincidir com aquilo que ele tem de único e, por conseguinte, de inexprimível. Ao contrário, a análise é a operação que liga o objeto a elementos já conhecidos, isto é, comuns a esses objetos e a outros.
Portanto, analisar consiste em exprimir uma coisa
em função daquilo que não é ela.
Essa forma de conhecimento interior e absoluto contraria a tendência espontânea de nosso espírito. A inteligência, a ciência, a técnica, a vida social, etc., nos afastam das coisas e de sua interioridade, porque esta representa o ser contraído (tensão), enquanto aquelas atividades não podem organizar-se senão sobre o ser em repouso (distensão).
Para Bergson, a inteligência conceitual desloca a realidade do tempo para o espaço, suprimindo o fluxo que a constitui e fixando-lhe contornos precisos e permanentes, através dos quais ela se torna suscetível de ser “definida” e “utilizada”. Nesse caso, a “durée” é materializada.
A matéria, na opinião de Bergson, é uma das metades da natureza, pela qual esta se distende e se faz conhecer fora de si mesma. A oposição entre matéria e espírito, entre tensão e distensão, não é concebida, aqui, em termos dualistas, mas como impulsos constitutivos da mesma “durée”. Para ir de um a outro, a “durée” percorre uma série de alterações qualitativas.
Só podemos conhecer a “durée” instituindo-a no momento global e unido que compreende a sua trajetória. O seu fracionamento em instantes separados - em “paradas” ou imobilidades sucessivas - representa a espacialização do que é temporal.
O tempo é “durée” na medida em que ele próprio constitui a substância, isto é, na medida em que “substância” é “alteração”.
Depois de estudar a alteração, através da qual a “durée” se diversifica, Bergson procura identificar o processo oposto: o da unificação, o “reencontro do simples como uma convergência de probabilidade”.
Depois de estudar a alteração, através da qual a “durée” se diversifica, Bergson procura identificar o processo oposto: o da unificação, o “reencontro do simples como uma convergência de probabilidade”.
O “élan vital” é a virtualidade da “durée”. Como uma “gerbe” (um feixe), cria direções diferentes pelo simples fato de crescer. A “memória” integra os diferentes momentos da “durée”, absolutamente diferentes entre si, mas unificados numa totalidade movente.
Henri Bergson recebeu o Prêmio Nobel de literatura em 1927.
Fonte: Enciclopédia Mirador Internacional. Disponível em: http://educacao.uol.com.br/biografias/henri-bergson.jhtm
2.
Henri Bergson nasceu de família judia, filho de mãe inglesa e pai polaco. Viveu com os seus pais alguns anos em Londres, mas aos nove anos regressou a Paris. Ali fez os seus estudos no Liceu Fontanes onde ganha em primeiro lugar o prêmio de matemática no Concours Général resolvendo um problema de Pascal. Licenciando-se em Letras, em 1881 tornou-se professor, dando aulas em várias localidades da França, destacam-se desse momento as aulas no liceu Blaise Pascal de Clermont-Ferrand.
Em 1889 obteve o doutoramento pela Universidade de Paris com a tese Ensaios sobre os dados imediatos da consciência, e com uma tese secundária sobre Aristóteles. Bergson casa-se em 1892 com Louise Neuberger, uma prima do escritor francês Marcel Proust. Publica seu segundo livro em 1896 sob o título Matéria e Memória.
Passa a lecionar na Escola Normal Superior de Paris dois anos depois. Em 1900, aos 40 anos, inicia seus cursos a frente da cadeira de História da Filosofia Antiga no Collège de France. No ano 1907, publica sua obra principal: A Evolução Criadora que une crítica da tradição filosófica especulativa, com intuição da duração e com as teorias evolucionistas de Herbert Spencer.
Como diplomata, participa das discussões sobre a Primeira Guerra Mundial e exerce influência sobre a decisão dos EUA em intervir no conflito. Em 1918 Bergson torna-se membro da Academia Francesa, dois anos depois, publica Duração e Simultaneidade, obra que discute a comunicação de Einstein de 1905 sobre a teoria da relatividade restrita.
A partir de 1925, passa a sofrer de um reumatismo que o deixará semi-paralisado, a ponto de impedi-lo de ir a Estocolmo para receber o Nobel de Literatura de 1928.
Escreve com grande dificuldade seu último livro publicado em 1932: As Duas Fontes da Moral e da Religião.
Nessa época, aproxima-se do cristianismo, mas não se converte por preferir ficar ao lado daqueles que serão perseguidos pelo regime Nazista de Hitler. Faleceu em 1941, em 3 de janeiro, aos 81 anos, em Paris.
Fonte:
Suzana Kilpp
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